Imunidade Inata




Para que serve o sistema imunológico?

Ela serve para combater qualquer ameaça ao nosso corpo, seja ela uma bactéria, vírus ou   fungo, ou seja, ele age em defesa do nosso corpo contra os patógenos.
O bom funcionamento do nosso sistema imunológico é essencial para a saúde do corpo, pois a cada vez que ele falha, nós sofreremos com algum tipo de doença. Também há casos onde ele entra em colapso, agindo contra o próprio corpo ao invés de atacar os patógenos, gerando uma doença autoimune.
Dentre os autoimunes, podemos destacar o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), por ser uma das variações mais comuns no Brasil, assim como a Artrite Reumatóide e Tireoidite de Hashimoto.
Para compreender como funciona o sistema imunológico, é preciso termos ciência de que existem duas categorias de imunidade, a inata e a adaptativa.

Conceito de imunidade inata

A Imunidade Inata é natural a todo ser vivo, ela já está presente em nosso corpo desde o nosso nascimento, sendo extremamente eficiente, dando a ideia de que o corpo é uma uma máquina extremamente complexa.
Em um exemplo básico, nós estamos em contato frequente com milhões de patógenos, sendo exatamente a imunidade inata que lida com todos eles e que nos mantém salvos de todos o males que nos cercam.
A imunidade inata atua com barreiras dentro do nosso corpo como medida de contenção primária e quando estas barreiras não são o suficiente, entra em ação as inflamações. A imunidade adaptativa, também conhecida por específica, apenas entra em vigor caso a inata venha a falhar na contenção do patógeno.

Barreiras da imunidade inata

O corpo é repleto de barreiras que agem no seu sentido literal da palavra, são impedimentos para que o patógeno não consiga entrar no corpo, logo, a imunidade inata tenta barrar o patógeno antes de lutar contra ele, exemplificando o famoso ditado “é melhor prevenir do que remediar”.
A pele é a principal barreira do corpo humano, ela evita que os patógenos não entrem em contato como nossos demais sistemas corporais. Um grande aliado da pele nesta etapa é o suor, que diminui o PH da pele, deixando um ambiente menos propício para a proliferação de muitos patógenos.
Embora a pele seja o maior exemplo de barreira da imunidade inata, existem outros métodos que os patógenos buscam para entrar em nossos corpos e ainda assim são barrados, como o ácido estomacal na contenção de proliferação de patógenos que acessam pela via digestiva, a lágrima que faz a limpeza dos tecido presente nos olhos, também há o epitélio ciliado aliado a produção de muco para barrar patógenos que acessam pelas vias respiratórias, enfim, existem vários tipos de barreiras inatas presentes no nosso corpo.
O sistema inato é eficiente por ter uma espécie de base de conhecimento sobre o que é comum ao corpo, tratando como ameaça qualquer coisa que não esteja nessa base. A tratativa  de padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), como o lipopolissacarídeo (LPS) que é uma célula bacteriana ou os resíduos de manose, que não existem no nosso corpo, sendo agentes patógenos óbvios.

Como a imunidade inata atua contra os patógenos?

Suponhamos que uma célula de defesa do sistema imunológico de depare com um patógeno no nosso corpo, como uma bactéria. Neste encontro, a célula de defesa iniciará o processo de fagocitóse.
Na fagocitose, a célula de defesa estende sua membrana e tenta envolver completamente o patógeno, trazendo-o para dentro de si, porém ainda envolvido em uma membrana interna, evitando o contato direto entre eles. A célula de defesa possui lisossomos, contendo enzimas digestivas, que irão se posicionar em cima do patógeno envolvido e começaram a digerir o invasor, até que ele esteja destruído. Para finalizar o processo de fagocitação, a célula de defesa reúne os restos do patógeno e o transportam para o sistema adaptativo, para que tenha possa produzir anticorpos contra este invasor.
Um dos mais famosos defensores do nosso corpo são os glóbulos brancos, que podem ser separados como granulócitos e agranulócitos, basicamente sua separação é feita pelos que contém grânulos no citoplasma, como o Neutrófilo e o Basófilo. Já o agranulócito não possui grânulo no citoplasma, como o Linfócito e o Monócito.
Outra divisão que podemos fazer é na sua movimentação. Os circulantes correm na corrente sanguínea buscando pelos patógenos, já os residentes habitam os tecidos e esperam pela invasão.

A inflamação

A inflamação por mais que passe a ideia de algo ruim, ela é a resposta mais comum do corpo e o primeiro indício de defesa do corpo para a imunidade inata, normalmente a terminação “ite” é utilizada para nomear uma inflamação, como o termo tendinite, que significa “inflamação no tendão”.
Uma inflamação pode ser identificada por uma regra conhecida por “5 sinais cardinais da inflamação”, sendo eles: dor, calor, rubor, tumor, perda de função.
·         Dor - toda inflamação traz dor no local inflamado
·         Calor - a inflamação aumenta a temperatura no local
·         Rubor - o local tende a ficar vermelho
·         Tumor - na característica de inchaço do local, como uma edema
·         Perda de função - o tecido lesado tende focar em recuperação para depois retomar as suas funções.
Inflamações acontecem apenas na presença de estímulos, ela não se dá sem um motivo de defesa, o mais comum está na infecção e no trauma mecânico, uma pancada que lesione o tecidual.
Em um exemplo simples sobre inflamação como um agente defensivo do mecanismo inato, podemos utilizar a perfuração da pele por uma agulha, como na coleta de sangue.
Ao perfurar a pele, o corpo entende que sua barreira foi rompida e precisa agir para que algo pior não aconteça.

Exemplo comum de ação inata

Por mais que a agulha utilizada esteja esterilizada, ela teve contato com patógenos presentes no ar ou em alguma superfície a qual teve contato antes de entrar na pele, logo esta perfuração levará invasores para dentro do nosso organismo.
Na pele existem diversas células de defesa residentes e no sangue estão as células circulantes. A perfuração danificou a barreira, assim como outros tecidos ali presentes, ocorrendo o vazamento de sangue do corpo, e o estancamento é uma das prioridades.
Células de histamina liberam suas cargas no vaso sanguíneo que o dilata, aumentando seu fluxo e permitindo que células neutrófilas saiam em quantidades maiores para auxiliar na defesa do corpo, este processo causa o calor, rubor e tumor de uma inflamação.
A vasodilatação traz mais oxigênio e mais nutrientes para o local lesado, aumentando a diluição de possíveis toxinas., com o aumento dos espaço nas paredes sanguíneas, o neutrófilo consegue sair da corrente sanguínea e começar a fagocitação junto das outras células de defesa residentes. O edema fecha a entrada externa, impedindo a entrada de novos patógenos.
Após todo o processo da inflamação, vários detritos são gerados como produto entre a batalha dos patógenos contra as células de defesa inata, afinal, muitas irão morrer no local e o corpo precisará limpar o local. Esta limpeza é realizada pelas células residentes de monócitos que passam a atuar como um macrófago, coletando e destruindo os detritos, portanto, a inflamação começa a desaparecer conforme a recuperação do tecido avança até o final de seu ciclo.


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